domingo, 25 de novembro de 2007

Órbitas de um pós-graduando

* Fernanda Machado dos Santos Md. Fisiologia FMRP A busca incessante por resultados praticáveis e aplicáveis, o interrogatório constante, a exigência do orientador, a ansiedade dos que estão em volta... Todos são fatos que acompanham a maioria daqueles que optaram por dar continuidade à carreira acadêmica e adentrar-se numa atividade tal qual um complexo labirinto hermeticamente fechado, onde penetram litros de água a cada dia, fazendo-o sentir na iminência do afogamento: A pós-graduação. São horas e dias de dedicação exclusiva e exaustiva para pôr em prática o que um dia já foi motivo de noites mal dormidas: O projeto. Assim, o pós-graduando carrega sobre ele a doce esperança de ganhar um título, e o dissabor dos experimentos mal sucedidos, da espera pelo novo recurso que o auxiliará na pesquisa, das visitas ao laboratório nos finais de semana e feriados, da saudade dos parentes que moram longe... Nada além do normal, diria alguém experiente. Contudo, na sua mera inexperiência, o pós-graduando se depara com o “novo” todos os dias, e assim assimila o que lhe convém. Uma dose de perspicácia não é demais para saber ouvir e emitir um discurso feliz na hora correta. Não é raro, nos corredores de departamentos, correrem boatos do tipo “Fulano toma remédio controlado para depressão” ou “Sicrano é alienado”... E, felizmente, ou infelizmente, são fatos. Mas é fato também que o entorno do pós-graduando não é formado apenas por este contingente de labuta, afinal, atividades culturais e políticas cercam o meio acadêmico e oferecem atalhos para se chegar ao fim da pós-graduação com outras especialidades desenvolvidas ou aprimoradas. A associação de pós-graduandos (APG) é uma entidade política, mas apartidária, que possibilita o envolvimento do pós-graduando nas diversas esferas da Universidade, seja junto ao diretor da faculdade, com pró-reitores ou com a própria reitoria. E assim, o pós-graduando tem a oportunidade de participar de importantes tomadas de decisões, com direito a voz e voto. Para quem gosta, é uma maneira interessante de desviar a atenção dos estudos e às vezes uma forma agradável de manter-se informado dos eventos relacionados com a Universidade. Igualmente, para os que preferem ver a política por fora, mas também não dispensam atividades extras, o CEFER dispõe de diversas atividades esportivas gratuitas para os estudantes, e em horários diversos, o que facilita sua participação. Àqueles dotados de habilidades artísticas também não falta diversão: Curso de fotografia, pintura em tela, dança, teatro, música, coral etc. São algumas das atividades culturais que a Universidade fornece gratuitamente para os alunos regularmente matriculados. Seja para os que pretendem aperfeiçoar a técnica ou para aquele que deseja fugir da rotina. Para quem conhece um ou é um deles, sabe que na maioria das vezes a pós-graduação é maçante, angustiante, desanimadora e conflitante. Entretanto, para minimizar esses ônus, a paciência, serenidade, concentração e autoconfiança são cruciais. Por fim, para quem acredita que o ser humano não só depende do conhecimento racional e rigoroso de qualquer coisa, vale ressaltar que “A cultura humanista é a seiva que deve penetrar todas as especialidades”, frase proferida por professor Miguel Covian (in memorian), um dos primeiros docentes de Fisiologia da FMRP.

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